OS LUSÍADAS (série: um soneto para um livro)
Ó Mar, nossa glória e nosso crepúsculo
[Cada lusitano urge navegar-te]
Por ti empregamos o engenho e a arte
Que noutra época não se viu no mundo.
Quiseram os deuses sermos pioneiros
Ensinamos ao mundo teus Caminhos
Mas teu preço o pagaríamos sozinhos,
Pela ousadia de chegarmos primeiro.
Nossa língua, nossa fé e nossa cultura
Levamos aos confins deste planeta
Fostes nosso esplendor e sepultura.
Dissipamos, incautos, tuas riquezas
E já nada restando desta aventura
A saudade é-nos fados de tristezas.