Morador de rua
Magro, pálido, esquelético, moribundo.
Um andarilho soturno à vida entregue,
Ou à morte, tal qual reles vagabundo,
Sobrevive do mínimo que consegue.
Na esquina, um preconceito ao fundo,
Ninguém o vê, e o seu caminho segue,
Sem uma palavra, ou só um segundo
Para si, pois não há quem o enxergue.
Chega a noite e com lentas passadas,
Mostra então a todos a verdade crua.
Tomando conta das nossas calçadas,
Tendo como companhia a luz da lua,
Testemunha do frio das madrugadas...
Esse é o nosso irmão, morador de rua.
Recife, 10/03/24