SONETO
aonde vou não há fim,
mas um incessante abrir de portas:
a larga, a estreita,
a iluminada e a imperfeita.
não há lugar para coisas mortas,
vive o sono ruidoso de quem sonha
e, sonhando, avança
e não se cansa.
onde se deixa dor, se colhe refrigério,
na soleira que é, ao mesmo tempo, fronteira,
fato e mistério.
onde se deixa mais, se colhe menos,
para seguir adiante triunfante
porém livre dos venenos.