SONETOS GUERRAS

A GUERRA DO EMU

Sob o sol escaldante do deserto australiano

Ecoou o som das metralhadoras a disparar

Contra os emus que corriam em descompasso insano

Em uma guerra estranha a se desenrolar

Os soldados marchavam, bravos e decididos

A combater a praga alada que assolava a terra

Mas os emus, astutos e ágeis, não foram vencidos

Em sua resistência feroz, mostraram sua garra

O major Meredith, comandante da batalha

Sentiu a fúria da natureza em seu peito a rugir

E diante da força dos emus, em sua mortal talha

Reconheceu a derrota, o pássaro a persistir

Assim, a guerra dos emus, tão única e desigual

Tornou-se uma lenda, uma luta inigual.

GUERRA MOLDÁVIA-TRANSNISTRIA

Sob o manto da noite, erguem-se os homens

Na terra neutra, longe do combate cruel

Trocam sorrisos, risos e, até, por vezes, bens

Num pacto de paz que só falta no papel

A guerra, essa festa bizarra, que faz

Com que o sangue derramado se misture ao vinho

E os soldados, em noites de luar e paz

Deixem de lado a batalha, por um breve hino

Oh, como a guerra é estranha e intricada

Unindo inimigos em momentos de calma

Numa dança cruel, por vezes entrelaçada

Mas a morte não perdoa, cobra sua palma

E mesmo entre pactos e noites enluaradas

A tristeza e a dor prevalecem, como uma lâmina.

A GUERRA DO FUTEBOL

No campo de batalha, um jogo de futebol,

El Salvador e Honduras, em disputa acirrada,

Mas o resultado, tragédia em arrebol,

A guerra eclodiu, uma história lamentada.

Em quatro dias intensos, a violência se espalhou,

Ataques surpresa, massacres sem piedade,

Vidas ceifadas, destino que se findou,

A guerra deixando uma triste realidade.

Mas a luz da esperança brilhou no horizonte,

A Otan interveio, buscando a paz,

Em apenas cem horas, o confronto jaz.

No futebol, um jogo tão amado e admirado,

Às vezes, a rivalidade extrapola num instante,

Mas é na paz que o verdadeiro amor é encontrado.

GUERRA DOS 335 ANOS

Nas águas bravias, a guerra eclodiu,

Entre Holanda e as ilhas Scilly, tão próximas,

Em 1651, o conflito surgiu,

Mas logo foi esquecido, sem glórias e com poucas rimas.

Passaram-se três séculos de indiferença,

Até que enfim, em 1986, jaz.

Os dois países concordaram com clemência,

E assinaram a trégua, num ato de política e paz.

Oh, guerra esquecida, tão breve e tão fria,

Tu foste apenas um capítulo perdido,

Na história das nações, uma melodia.

Que nossa poesia possa resgatar,

As memórias perdidas, o tempo esquecido,

E eternizar a paz que agora está a reinar.

A GUERRA DO PORCO

Na fronteira, um porco inesperado

Desencadeou a guerra, incessante

Entre americanos e ingleses, lado a lado

A batalha travada, tão mutante

A milícia local se preparou, aguardando

O movimento inglês, com valentia

Mas o exército da Inglaterra, ponderando

Pediu desculpas, findando a agonia

Quatro meses de tensão, de incerteza

E apenas um porco como consequência

Na história, um episódio de beleza

Romantizando a guerra com indolência

O conflito passageiro, sem resistência

Em versos, reverbera a experiência.

A GUERRA DO CÃO PERDIDO

Nas fronteiras de Petrich, o sangue escorre

Entre Grécia e Bulgária, o rancor se instala

Um tiro, um soldado cai, a morte ocorre

E a guerra eclode, a justiça não se cala

Os olhos da história contemplam a dor

Das nações que se enfrentam, sem piedade

Em busca de vingança, com furor

Na batalha pela honra e pela verdade

Mas as Forças Aliadas intervêm

E a paz é restaurada, a guerra cessa

A Grécia, derrotada, enfim se contém

Enquanto Petrich se ergue da tristeza

A memória da batalha permanece além

Em versos que narram sua fortaleza.

A GUERRA DO PARAGUAI

Nas margens do Paraguai, a guerra estoura

Sob o comando de um líder insano

Que se via como um herói na procura

Por glória, mas só encontrou desengano

Francisco Solano Lopez, admirador

De Napoleão, sem o mesmo talento

Levou seu povo ao trágico clamor

De uma guerra sem fim e sem alento

Seis anos de batalhas e mortes em vão

Quase aniquilaram a nação guarani

E no final, restou apenas a solidão

Mas a história não esquece da agonia

Dos que pereceram sem razão

Na guerra brutal da loucura em euforia.

INSULTO DO REI

Em Lijar, a vila espanhola, pulsa a ira,

Contra a França, por insulto ao rei honrado,

Sem tiros, sem mortes, mas com bravura,

Dom Miguel, aclamado, foi o Terror das Sierras, aclamado.

Noventa e três anos de hostilidades sem vida,

Mas em 1976, o rei Juan-Carlos em Paris bem tratado,

A paz se fez presente, a França acolhida,

E o prefeito de Lijar, rendeu-se ao fado esperado.

Assim a guerra cessou, sem derramar sangue,

Um conflito sem feridas, mas marcado pela coragem,

A história se fez notar, em cada linhagem.

Lijar e Paris, unidas pela paz e amizade,

Das garras da guerra se libertam com dignidade,

E a França e Espanha seguem em fraternidade.

MONTE CASTELO

Na terra de Monte Castello erguido,

A batalha se fez sangrenta e forte,

Entre aliados e alemães, surgido

Um duelo feroz, de vida e morte.

Os gritos de guerra ecoavam altos,

No campo de batalha ensanguentado,

Com tiros e bombas, rufavam os saltos,

Dos soldados bravos, em seu fado.

A luz da lua brilhava intocada,

Sobre o campo de luta e desespero,

Enquanto a morte rondava a jornada,

E o destino de homens, incerto e severo.

Mas naquela batalha, de heróis e glória,

O amor e a coragem contaram sua história.

A GUERRA DAS DUAS ROSAS

No campo de batalha floresce a guerra

Entre rosas de dinastias em conflito

Pelo trono da Inglaterra, a terra

Onde o amor e a paz são irônicos gritos

A rosa branca, símbolo de pureza

Representa a linhagem dos Plantagenetas

A rosa vermelha, em feroz defesa

Clama pelo direito dos Lancasteretas

Em lutas sangrentas, um trono disputado

Por rosas que lutam pelo poder

Mas no meio do caos, um amor não acabado

Pois no coração, a nobreza a florescer

Em meio à guerra, um romance sagrado

Entre rosas unidas, o futuro a merecer.