QUEBRANDO ALGEMAS
Do pouco que resta em ti, sinceridade,
foi bom que tenhas dito : Nunca mais!
De mim sempre ouviste a bem verdade
por isso agora não te iludirás jamais!
Também não me roubarás a mocidade,
se me enganaste, já ficou pra trás;
tuas amarras como um navio no cais
eu suportei; tens agora nas mãos a liberdade.
Quebraremos hoje, finalmente, as cadeias,
meus desejos que eram tua senzala;
apagar-se-á a luz dessa candeia.
Vamos acenar sem remorso nosso lenço,
desfazer em outro quarto nossa mala,
esperar queimar a vida como incenso...