A ARTE DE ESCREVER

 

 

Quem se põe a escrever, ponha-se logo a fazê-lo...

Importa o tempo, e haver-se-á a se ver escrever.

Deverá de quando em vez, posar frente espelho,

Para (tal sexo) avaliar o que não se vê.

 

E corrigir distorções de expressão, do velho

Marcado à face, (exprimir-se é para quem lê.)

O rosto, impassível, tal blefe no baralho

Daquele que joga mas não sabe perder.

 

Depois da ciência completa  do desempenho,

E de tornar claro um sem fim de parasitas,

Escreve-se com mais prazer, sem rosto em cenho,

 

Pode até esboçar sorriso, acalma a alma aflita,

E o produto, lindo, parecerá um desenho,

Ler, pontuar, visar, há erros mais que se acredita.

 

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José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 03/01/2008
Código do texto: T801838
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