SARAU DE SONETOS
A ORIGEM DA VIDA
Em tempos antigos, nas sombras celestes,
O ser aguardava, sereno e suspenso,
Pairando entre estrelas, brilho intenso,
À espera do momento que agreste.
Dos astros e nuvens, forma nascente,
Alma pura e essência ao relento,
Descendo à Terra, trilhando o tempo,
Em corpo humano, destino ardente.
Vieste à existência, envolto em luz,
Caminho de sonhos que se traduz,
Na jornada eterna da busca e razão.
Vida em movimento, mistério e canção,
Onde outrora o ser era apenas flux,
Hoje em terra afirma, ser humano em unção.
OS AMERÍNDIOS
Nos vastos territórios, além do mar,
Onde os povos ameríndios habitam,
Na imensidão da floresta a sonhar,
Com suas tradições que ali orbitam.
No coração da América ancestral,
Virgens terras que a natureza encerra,
Onde a beleza se revela imortal,
Em cada ritual, em cada terra.
Suas lendas e mitos de sabedoria,
Contam histórias de um passado nobre,
Com a mãe natureza em harmonia,
Resistem bravamente à colonização,
Preservando a essência da sua história nobre,
Os povos ameríndios, fonte de inspiração.
EMBATE DOS PODEROSOS
Platão, das ideias puras, conceitos universais,
Alicerça sua teoria no mundo das ideias,
Buscando a essência, em planos imateriais,
Em um universo ideal, onde a razão é a plateia.
Aristóteles, por sua vez, da vida sensível,
Parte do concreto, da experiência vivida,
Em busca do saber, na esfera tangível,
Da prática e da ética, em busca da saída.
Mas Freud, com sua análise profunda e calma,
Questiona a base, das pulsões do inconsciente,
Em meio às camadas da mente, transcende,
Os desejos secretos, sombrios e latentes.
Platão e Aristóteles, filósofos garbosos,
Desafiados por Freud, embate das poderosos.
ZEZINHO X PORTUGUÊS
Nas piadas de português, há riso e zelo,
Respostas do Zezinho com astúcia e humor,
No cenário escolar, brilha o seu fulgor,
Entre erros e acertos, há muito apelo.
Com graça e sutileza, ele responde,
Às piadas que envolvem nossa língua,
Com inteligência, deixa a professora a mingua,
Zezinho, com maestria, o jogo esconde.
Os dois, português e Zezinho, formam este mote,
Nuances de luz e sombra em harmonia,
Na arte da comédia, trazendo alegria.
Nas piadas de português, não mais se vote,
Zezinho, com sua mente sagaz e sábia,
Desfaz o estereótipo, com maestria.
RAZÃO E FÉ
Ateus e cristãos em debate constante,
Duas visões do mundo em contraposição,
Ateus negam a crença, em oposição,
Enquanto os cristãos têm fé constante.
Ateus enxergam na ciência a verdade,
Cristãos creem no divino e na eternidade,
Razão e fé em eterna dualidade,
Em busca da resposta, em toda idade.
Os ateus questionam, rezam os cristãos,
Em busca do sentido da existência,
E na eterna busca da transcendência.
Ateus e cristãos em constante luta,
Em busca da verdade Eterna e oculta,
Neste universo vasto e em constante mutação.
OS SELOS
Em páginas antigas, revela-se o enigma,
Do Apocalipse, visões divinas e sombrias,
Seres celestiais, figuras seminais,
Anjos e bestas em luta e intriga.
As trombetas ressoam, anunciando o fim,
Sete selos quebrados, revelando mistérios,
Cavaleiros do apocalipse, temidos guerreiros,
Em uma dança fatal, sem fim.
A besta do abismo, o dragão em sua fúria,
Sete cabeças, dez chifres, ameaça e terror,
Num cenário cósmico, o embate da glória e dor.
Eis que o cordeiro se ergue, a esperança vence a injúria,
Os escolhidos, os salvos, em eterna redenção,
No livro do Apocalipse, a saga juízo e maldição.
ENIGMAS
No céu noturno, um facho de luz brilha,
Ovnis cortam os céus em silêncio,
Enquanto neves espaciais fazem trilha,
Anjos e demônios dançam em prenúncio.
Na terra, a vida segue seu curso,
Enquanto no plano celestial,
Seres divinos e malignos em percurso,
Em uma luta eterna e infernal.
As estrelas testemunham o espetáculo surreal,
Onde o mistério se funde com a realidade,
E a fé se prova mais do que um ideal.
Neste cenário cósmico de dualidade,
O homem se vê pequeno e banal,
Frente à grandiosidade da eternidade.
FEMINICÍDIO
No velório da filha pela morte amarga,
A mãe sofria o peso da tristeza,
O marido foi a causa da triste carga,
Ela se via envolta em tristeza.
O choro da mãe ecoava na sala,
A dor lhe rasgava o peito em agonia,
A filha tão jovem, sua vida tão gala,
Levada pela mão escondida e sombria.
A mãe sofre a perda, o vazio imenso,
As lágrimas rolam sem ter fim,
A dor que ela carrega é um peso intenso.
E ao lado da filha, numa paz sem fim,
A mãe busca resignação num silêncio denso,
Envolta em saudade, tristeza e desesperança sem fim.
DELÍRIOS
Dentro do coração e mente humana
Há orgias de desejos escondidos
Em festins de paixões entrelaçados
Nos salões da alma, a luxúria insana
Os loucos devaneios na sanha
Dos desejos segredos e proibidos
A meandros escuros e perdidos
Onde a razão se perde e se arrebanha
Na dança das emoções desenfreadas
E nas marés de sensações ardentes
Os corpos se entregam a paixões exacerbadas
Em noites de prazeres e tentações
Explodem os instintos mais potentes
Em orgias que embriagam, sentidos e corações.
VLAD III
A história sangrenta de Vlad III,
Um conto sombrio que assombra a mente.
Com crueldade e horror, ele sorri,
Vlad, o Impalador, em sua sina indiferente.
Nas terras da Valáquia, seu reinado,
Um líder implacável, temido por todos.
Com punições cruéis, seu poder é celebrado,
Nenhum inimigo escapa de seus modos.
Empalando seus inimigos com destreza,
Vlad III marca seu nome na história.
Um governante de tamanha frieza,
Seu legado é repleto de sangue e glória.
A história sangrenta de Vlad III, busca entender.
A violência de um líder, que jamais iremos esquecer.