NARCISO

 

Com mui beleza e encanto de entorpecer,

É formoso e vaidoso o mancebo Narciso.

E sempre garboso e alegre a se enaltecer,

Na ninfa Eco desperta o interesse indiviso.

 

Mas, para Eros ele se negou a se submeter,

Dispensava donzelas com seu belo sorriso.

Mas, de Nêmesis, veio o castigo lhe abater:

E provar o amor impossível seria seu juízo.

 

Em um espelho d’água olha o que não crer:

Ao ver a imagem ele contempla o paraíso!

E do seu reflexo, a súbita paixão a lhe ater…

 

Entorpecido na neurose deseja o próprio ser,

Sua enamorada chora e ecoa som impreciso,

Pois, ele perece, buscando o revérbero reter...

Sabrina de Almeida
Enviado por Sabrina de Almeida em 12/03/2024
Reeditado em 12/03/2024
Código do texto: T8017967
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