MERCÊS
MERCÊS
Perdoai-nos, afinal, todos os santos,
Visto a sumptuosidade dos retábulos
Face à precariedade dos vocábulos
De nossas aflições e desencantos.
Mas como vos rezar senão quebrantos
A esconjurar o mal dos conciliábulos,
Se nas encruzilhadas, nos estábulos
E nos abismos clamam tristes cantos?...
Vós, que tendes o Christo por exemplo,
Não deixeis as paredes d’este templo,
A despeito da humana irrelevância…
Ao menos aqui entre os douramentos,
Deus nos livre e guarde dos tormentos
E nos cumpra uma vida em abundância!
Tiradentes - 28 01 2024