MEDUSA

Do templo da deusa Atena a jovem musa,

Que trocou a eternidade pela formosura...

A beleza entorpece e causa inveja difusa,

E como sacerdotisa, exala doce candura.

 

E puritana, de Poseidon tal paixão recusa,

Mas o nobre deus não engole a amargura...

E com vigor persegue o coito sem escusa,

Lançando a maldição na inocente criatura.

 

Agora fecundada é com as víboras reclusa,

E todo ser que a mirar vira rígida escultura,

Como o seu duro coração, sem mais fiúza.

 

Mas na estratégia do herói estava inclusa,

Então Perseu a abate, pondo fim na tristura,

D’alma que sem amor, era infeliz e confusa.

Sabrina de Almeida
Enviado por Sabrina de Almeida em 09/03/2024
Reeditado em 10/03/2024
Código do texto: T8016250
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