Uma lágrima
Oh! Pura, efêmera, enferma face,
que uma lágrima triste desperdiça,
solta ao vento, aberto o enlace,
ao mesmo tempo, a dúvida atiça.
E, então, no alvo lenço que me roubaste,
enxuga a lágrima assim roubada,
pela paixão o apego que jogaste,
sem sentido, do nada, abandonada.
E se vai do rosto toda esperança,
como a chuva que é paixão vindoura,
guardada no alvo lenço uma lembrança
eterna, que com ela me enganais,
fazendo a dor da saudade duradoura,
aliada ao tempo que não termina mais.