No auge da descrença desta louca vida,

Sucumbe o bardo a tenebroso desalento!

Às vezes, em torpor, ouve a fala do vento

A lhe dizer que a dor de amor é repetida!

 

Mas, será que a existência é sempre revivida?

Partimos pro céu e voltamos pro tormento?

Pensativo ele, então, se indaga num momento,

Se tal crença é fantasia ou lei que elucida!

 

Não sabe o bardo qual corrente é verdadeira,

Sabe, entretanto, que tem como companheira

Essa amargura que parece eternizada!

 

Mas, que lhe importa donde vem o desengano,

Se o sofrimento, que em seu peito é quase insano,

É dor antiga dentro d! alma tatuada!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 09/03/2024
Código do texto: T8016100
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