A CASA VERMELHA

a casa para mim era vermelha;

pelo menos de onde eu via era vermelha,

da cor do telhado e das roseiras,

sem fim nem começo; talvez pétala, talvez telha.

e mais vermelha ficava debaixo do sol,

meio-dia em ponto ardia como labareda

e se espalhava como lava de vulcão

abrindo uma estranha alameda.

à noite arrefecia ,

mas mal se disfarçava na penumbra,

continuando vermelha.

uma janela sorria,

a porta lacrada como catacumba

e um santo no alpendre com olhar de esguelha.