Existência desperdiçada

Como pude viver até agora,

neste mundo de sombras obscuras,

sem conhecer a dor que me devora,

onde o riso se desfaz em fissuras?

Agora vejo a vida que evapora,

um teatro velado de figuras,

onde até mesmo a tristeza chora,

e o amor já não serve de atadura.

Oh, como é vã toda essa existência,

neste palco de sonhos profanos!

Só resta a dor, fraca de resistência,

Aos funestos golpes dos anos,

fico à mercê de minha carência

em meio aos males desumanos.

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 06/03/2024
Código do texto: T8014010
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