ÁRVORES SONETAM VENTOS
Coisa miúda pode o temível vento
Quando nas árvores até balançam
Contanto história do velho tempo
Até as raízes profundas alcançam
Os criadores de palavras sonetam
Com a candura de verso exposto
Numa mente criada eles esperam
Aquilo que era para ser o oposto
As árvores se insinuam vistosas
Para sonetarem são caprichosas
No vento poetizado e apressado
Passarinho percebeu estranheza
No poema não enxergou a clareza
O canto da árvore era muito enigmático
Soneto inspirado em leituras de Manoel de Barros.