A um jovem
Odeio os astros que adornam teu olhar;
Mais do que eu, não há ninguém que possa amá-los,
Mas tantos mil outros podem contemplá-los
Enquanto eu nunca haverei de os ver brilhar.
Quem mais no mundo melhor que eu pode amar
Teus mornos lábios, ansiando por beijá-los,
Teus cachos, ardendo em êxtase ao sonhá-los,
Sem que nunca – oh, nunca! – os possa tocar!?
Odeio amar-te; tão leviano quanto belo,
Foges, lépido qual beija-flor de mim,
Tão logo estico os braços para obtê-lo –
Amo-te e odeio-te num embate sem fim!
Amo-te, mesmo tão leviano quanto belo;
Odeio-te, por não tê-lo só para mim!