A um jovem

Odeio os astros que adornam teu olhar;

Mais do que eu, não há ninguém que possa amá-los,

Mas tantos mil outros podem contemplá-los

Enquanto eu nunca haverei de os ver brilhar.

Quem mais no mundo melhor que eu pode amar

Teus mornos lábios, ansiando por beijá-los,

Teus cachos, ardendo em êxtase ao sonhá-los,

Sem que nunca – oh, nunca! – os possa tocar!?

Odeio amar-te; tão leviano quanto belo,

Foges, lépido qual beija-flor de mim,

Tão logo estico os braços para obtê-lo –

Amo-te e odeio-te num embate sem fim!

Amo-te, mesmo tão leviano quanto belo;

Odeio-te, por não tê-lo só para mim!

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 04/03/2024
Código do texto: T8012320
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