SONETO (305)
Pela manhã, ao acordar e diante do espelho,
Procuro meu melhor olhar e pergunto:
Como estou? Qual será o melhor conselho?
As respostas não vêm e eu questiono.
Meu reflexo, em nada ajudou, nem mostrou,
O que esperava ouvir; apenas refletiu a dor,
Que trago no peito e o semblante revelou,
Quando estive diante do espelho manipulador.
É a distância que nos separa? Jamais saberei.
Serão os dissabores e as muitas mazelas?
Como saber se é um tempo que ainda viverei?
Hoje resta aceitar que a vida não são vielas,
Mas estradas longas com o curso perturbador,
Que sempre conduzem à razão do nosso amor.