Soneto de Áida
Serei vencedor; quando vencer o ser derrotado.
Serei amado: quando abnegado for o coração.
Serei livre; quando tal liberdade dela for órfão.
Serei poeta: quando uma poesia fizer sentido.
Deixa a felicidade falar: ela quer ser vitoriosa.
Deixa a tristeza chorar: ela tanto quer ser útil.
Deixa o sonho ir embora: ele busca uma moça.
Deixa a vida dançar: ela baila o sonido mais vil.
Cantarei que o amor é belo; mas todo poeta ai!
Cantarei que a alegria é tola: mas o amor ai, ai,
Cantarei que viver é senil: mas chorar ai, ai, ai.
És a vereda da juventude: curte a vida adoidado
És a vitória nua e crua: pula no abismo e sonha,
És amante do perfume bom: transa eternal, ai...
Por que me tomas ser o campeão do teu ego?!
Se verdes são os olhos da deusa sorte: Áida...?