Chover no sertão

E quando a chuva que cai benfazeja,

Vai molhando a terra seca e sedenta,

Transformando a paisagem sertaneja,

E ao povo cansado e sofrido alenta.

O sertanejo então, nem pestaneja,

Levanta-se cedo e não se lamenta,

Chega ao roçado e a enxada maneja,

Como se não fora só ferramenta.

Ele já não cabe em si de contente,

E cava a cova com golpe certeiro;

Segue logo enterrando a semente.

Mas não esquece de agradecer, primeiro,

Ao Deus Pai, por este grande presente,

Que é plantar para colher por inteiro.

Recife, 02/03/2024

Luís Xavier
Enviado por Luís Xavier em 02/03/2024
Reeditado em 26/08/2024
Código do texto: T8010937
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