SONETO AO AMOR QUE PARTIU
Ouvi as folhas secas gorjearem no jardim
Que a morte é só a vida em movimento
Colhendo da terra os ramos de alecrim
Um coração que para a cada momento
Uma história sem começo e sem fim
Trouxe até aqui um insólito acalento
Um amor que vive aqui dentro de mim
Lá nos confins do meu pensamento
Sentir a saudade de quem foi embora
Toque de poesia com tom de desalento
Escrever na alma lembranças de outrora
Sentir a vida que pulsa a cada batimento
Dentro da memória que ora ri, ora chora
Te guardar por inteiro em cada fragmento