Espinho do desamor
No infortúnio, você não percebeu,
quis lhe dar todo o meu brando amor.
Quis fazer de você a venusta flor,
de um jardim que era tão-somente meu.
Inda feres com o deboche teu,
fazendo saltar a pujante dor.
Que do riso ameno abre-se o rancor,
de um coração que por ti se abateu.
Quando tentei lhe dar todo carinho,
que existia em meu quebradiço ser,
em vão, pois você foi pior que o espinho.
Depois que me fez por dias sofrer,
arrastando-me lesmo e sozinho,
de encontro ao meu triste envilecer.