Amor selvagem
Depois de tudo aquilo que fizemos,
parece que de nada adiantou.
Porque, querida, amor não restou,
e além do rancor, nada mais temos.
Agora, enfim, que tanto padecemos,
teu peito, que era fogo, fez-se gelo.
Pergunto-me se foi dum pesadelo
que deste amor enlouquecemos!
Logo, tão-só, rasga a ferida exposta
deste amor tão brando e selvagem...
nos resta a mágoa sobre a mesa posta!
Para a ferida, que não há bandagem,
para nosso amor, que não há resposta,
tudo que fica torna-se bagagem.