NÃO TENHO PRESSA!
Pairava um fumo, avesso, na cabeça
Dos vultos que corriam pela avenida...
Distantes no seu ruído, na sua pressa,
Passando sempre ao lado do que é a vida.
Frenéticos, egoístas - não int'ressa!
É certo que avançavam para a morte...
Então que vida, assim. correndo expressa?
- Será mesmo tão curta quanto a sorte?
Ao menos, haja quem avance lento,
No passo suave de um olhar atento
E tão somente corre por medida.
Escuso-me de ser homem cinzento,
Com fumos de quem queima o nascimento
E chama a própria morte na partida!
20-02-2024