Viver

Longo poente cheio de saudade,

entre a manhã e a noite fria e estranha...

Assim a vida oscila em dor tamanha,

e um tanto de incertezas nos invade.

Tarde silente, de época castanha,

tem o sabor e o gosto de outra idade;

se dentro da alma morre o sonho jade,

sua lembrança audaz nos acompanha.

A vida segue assim, um dia incerto

vivido na certeza de um deserto

que insiste em sóis, a cada amanhecer.

Mas quando nasce a aurora, em desatino,

apenas aspiramos o ar divino

e então nos empenhamos em viver.

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 20/02/2024
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