Resiliência
Ergo um olhar ao céu e fico mudo;
arde em meu peito o ensejo que me aquece,
reveste o verso em átimos de prece
e faz da poesia o meu escudo.
Ergo um olhar ao céu e então desnudo,
no íntimo estado, a dor que me emudece;
a perda inusitada faz-se em messe
e o nada que eu temia faz-se em tudo.
E assim, enquanto a tarde fulge e queima,
a minha sorte estreita-se na teima
e o meu pecado antigo não insiste.
Lego ao passado o mal que me angustia,
a tarde é muito mais que o fim do dia
e a vida é muito mais que um dia triste.
Do amigo Jacó Filho:
DIVINA RESLIÊNCIA
Quando olho pro céu em noites claras,
E lembro que somos pó de estrelas,
Sinto no peito uma sensação rara,
Que num poema não dá pra descrevê-la..,
Essa energia tão linda,
Tem começo mas não finda,
Com força que me ampara,
Fazendo-me revivê-la...
Quando olho pro céu em noites claras,
E lembro que somos pó de estrelas...
Do amigo Luis Xavier
Quem nunca sentiu saudade,
Viveu sem amar ninguém.
Viveu somente a metade,
Sem ter a metade de alguém.
Do amigo George Gimenez:
Calo-me ao contemplar o firmamento
Estendido lençol de puro anil
De leste a oeste um salto varonil
É toda a eternidade em um momento.