MÁGOA ESCURA
Dentro de mim, habita uma mágoa escura;
Parece um corvo tentando voar para longe.
Abandonar essa velha dor que enclausura.
Libertar-se do tormento que n'alma esconde.
Gritei para' lua pálida no céu: __Clemência?
Dela não precisarei mais! Só da escuridão.
As estrelas perduraram em dormência...
Faz tempo que me acostumei com a solidão.
Com as notas melancólicas das músicas.
Sou um final trágico dum livro indecifrável;
Poesia que desvanece nas últimas súplicas.
Sinto ainda as ásperas asas da tua agonia;
O teu grasnar a tilintar nos meus ouvidos.
Até que, por fim, na memória se atrofia.