Amor em brasas
Há mágoas palpitando em meu peito,
há indícios de saudade d’outro tempo,
silêncios adormecidos em meu leito
que se agitam conforme agita o vento.
E há sequelas agarradas à minha pele,
incapazes de me permitirem respirar,
talvez um dia sejam alvas como a neve
e me deixem de novo um dia amar.
A dor é um mar que não tem margem,
um abismo onde a esperança é covarde,
inda que a saudade seja uma viagem,
o coração insiste em ficar onde arde.
E neste mundo não tem bandagem
que possa conter todo esse alarde.