AMOR PRÓPRIO
Não sou a pobre alma que destila
Lamúrias, em gotas à condição,
Esse sal, junto ao rio que desfila,
Como cortejo triste de aflição...
Não sou do porte estreito que vacila
Que lança súplicas em contramão...
É fútil ser pedincha que ventila,
Usando como ar tal humilhação!
Se a meta é cair em graças no desfecho
E ter o bom retorno do entrecho,
Importa que me mostre bem seguro!
Surjo assim sempre em pé, já que levanto,
Tanto a alma como o corpo, se me espanto,
Para chegar inteiro ao que procuro!
2024-02-15