O poeta se calou
No ébano noturno, a escuridão do silêncio
As palavras gélidas em meus pensamentos
A voz rixosa grita, no quarto cinza, o vazio
Respingando pelas paredes os seus lamentos
E, neste cenário horripilante da noite
As minhas letras tórpidas, suplicam
Presas neste emaranhado, terrível açoite!
As rimas ente si, já não mais se comunicam!
O desespero aperta, a poesia não se expressa
Versos engarrafados que a minha voz abafou
O tempo passa, o relógio trabalha, tem pressa
O poema, na penumbra da noite, arrebatou !
As rimas se perderam, não encaixam suas peças
Tristeza infinda, naquela noite, o poeta se calou!
Sandra Cristina ***