Orfandade
(Sonetos 008)
O maravilhoso brilho no olhar,
que tu conservavas sempre contigo,
foi meu farol e também meu abrigo
a me favorecer o caminhar.
Mas aqueles teus olhos a brilhar,
eu não os pude ter sempre comigo
e assim, me expus às dores e perigos,
sem o brilho deles a me iluminar.
E no escuro em que me encontrei sozinho,
fiquei tão perdido como quem sai,
muito antes da hora, do seu ninho.
E nesse ramerrão a vida vai
conduzindo-me pelos maus caminhos
por faltar-me a luz do olhar de meu pai.
Efepê Efe Oliveira
Imagem: Arquivo Pessoal do Autor.