O ANÃO (série: um soneto para um livro)

O anão de Médici, sombrio e misantropo

Não manifesta apreço por ninguém

Se um dia, por acaso, admirar alguém

Será algum hipócrita bem escroto.

Ama as traições e violência humanas

Não que seja de diferente espécie

Mas pro mal seu corpo o desfavorece

[Ele supre a falta com artimanhas.]

A outros anões tem ainda maior repulsa

Matou alguns com suas próprias mãos

Não tem pudor em inventar escusas.

Seu asco nem lhe permite ser bufão

E o pior fato da verduga criatura

É que dentro de cada um há este anão.

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Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 13/02/2024
Reeditado em 21/02/2024
Código do texto: T7997913
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