E, SE DE REPENTE...

 

E, se de repente, faltar melodia
E uma nota fria se fizer ecoar
Demoradamente na tarde sombria
Quando a luz do dia depressa embaçar....

E, se de repente, a treva arredia
A doce alegria me vier roubar
Despudoradamente e a triste ardentia
Que a maresia me trouxer do mar...

Onde há de estar de tua voz o canto
E do grave rosto o copioso pranto
Que trinaste um dia em terno sibemol?...

... Quero, enquanto é tempo, o teu voar de ave,
A bela sinfonia de tua voz suave,
O brilho doentio do teu olhar de sol!

 

Melgaço, Pará, Brasil, 14 de novembro de 2014.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
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