MADAME BOVARY (série: um soneto para um livro)
Porque, Emma, cultivar rosas azuis?
Quem dorar a estrada do matrimônio
A custo andará por muitos incômodos,
No desalentar de uma vida sem luz.
Porque, Emma, cultivar as rosas rubras?
Quem as oferta, busca recompensas,
As fantasias vivem das aparências
Que se rasgam no arame das loucuras.
Porque, Emma, cultivar as rosas negras?
É peso insuportável a consciência,
Flechas inflamadas são as suas regras.
Agora, Emma, colhas as rosas brancas
Só o silêncio será tua companhia
Da esposa, mãe e amante... só lembranças.
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