A deusa da minha rua
Em uma poça d’água eu pinto a lua!
Os carros vão passando sobre ela!
A imagem, que pinto nessa tela,
É a vista do fim da minha rua.
A brisa, que tremula a luz da vela.
O vinho, que me embaça a retina.
A estrela candente, que ilumina
A visão que à noite inda é mais bela.
O sol, que à tardinha já dormiu,
Sem que nem para a lua deu psiu,
Tampouco pra visão da minha rua.
Nem mesmo a Poesia, essa quimera,
Que preguiçosamente me espera,
Consegue ver, na poça, a minha lua.