A RAZÃO DOS AIS DE ANNA

 

Poema gótico, inspirado na literatura

de Edgar Allan Poe.

Meu Heterônimo Anna Corvo

 

A RAZÃO DOS AIS DE ANNA

 

Quando o passarinho piava lá no morro

E os canaviais se dobravam ao vento

Não se ouvia de Anna este lamento

Nem o plainar das asas do corvo.

 

Eram tempos da mais doce ambrosia

Em que se cria nas promessas do amor

Nas manhãs a clara razão da poesia

No olhar ainda o brilho e o fulgor.

 

Hoje Já não brotam flores lá na Serra...

Paira sobre a relva a bruma fria e escura

Tal qual a peste vil, sem trégua ou cura.

 

Na alma a lembrança do amante de ontem

O porquê do seu riso e a razão dos seus Ais

Em Anna hoje ele é saudade. Nada mais.

 

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