Anfíbio
No rio dos teus olhos quando nado,
Respiro de outro modo, submerso.
E alguma coisa leve em teu estado
Traz-me de alívio o vício do teu verso.
E nesses olhos teus sigo encantado...
Afoito à superfície, calmo imerso.
Prestes a me afogar, enamorado;
Prestes a mergulhar teu universo.
Meu fôlego se eleva fundo em ti.
E, fatalmente, as vezes que emergi,
não soube mais viver... livre, talvez.
Porque tu és o modo que eu respiro.
Se dentro dos teus olhos eu me atiro,
suspiro sobre a flor da tua tez.