(IN)CONFORMISMO
Do mirante de um morro de luxo,
Ou em cima de um monte de lixo,
Observo alguém encher o bucho,
Dividindo o rango com um bicho.
As crianças aqui jogam bola,
E a polícia vem metendo bala,
Aqui, pessoas cheiram cola,
Poder público assiste, se cala.
E assim se repete esse rito,
Sempre que eu posso eu grito,
Denuncio, pois não sou mudo.
Não se deve viver como rato,
Aturar a miséria e ser grato,
Aceitar e concordar com tudo.