TRILHA DE SONETOS CXXVIII - DIÁLOGO COM LEANDRO & LEONARDO

*UM SONHADOR*

Eu não sei pra onde vou

Pode até não dar em nada

Minha vida segue o sol

No horizonte dessa estrada

Eu nem sei mesmo quem sou

Nessa falta de carinho

Por não ter um grande amor

Aprendi a ser sozinho

E onde o vento me levar

Vou abrir meu coração

Pode ser que no caminho

Num atalho, num sorriso

Aconteça uma paixão

E vou achar

Num toque do destino

O brilho de um olhar

Sem medo de amar

Não vou deixar

De ser um sonhador

Pois sei, vou encontrar

No fundo dos meus sonhos (Sonhos, sonhos)

O meu grande amor

E onde o vento me levar

Vou abrir meu coração

Pode ser que no caminho

Num atalho, num sorriso

Aconteça uma paixão

E vou achar

Num toque do destino

O brilho de um olhar

Sem medo de amar

Não vou deixar

De ser um sonhador

Pois sei, vou encontrar

No fundo dos meus sonhos (Sonhos, sonhos)

O meu grande amor

O meu grande amor

O meu grande amor

Compositores: Carlos Roberto Piazzoli / Gilberto Gouveia

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*UM SONHADOR*

Sozinho vou seguindo a luz do sol,

perdido, procurando me encontrar,

quem sabe, num atalho, à beiramar,

possa encontrar o amor - o meu farol.

Na direção da luz, qual girassol,

aqueço o meu desejo, o meu olhar,

de um modo especial, peculiar

a quem vislumbra o amor ao pôr do sol.

Meu coração amante está aberto,

disposto a restaurar o seu deserto

nas fortes emoções de um novo amor.

No ensejo de encontrar o "olhar traquino",

que me desperte o toque do destino...

"Não vou deixar de ser um sonhador".

Aila Brito

*FLORES*

No tempo, a minha face evidencia

A resistência interna e um fingimento

Que peca pelo excesso de alegria

E mostra a cara oculta do tormento.

Ator no palco da melancolia,

Celebro a lástima do amor ao vento,

Meu coração revela a anomalia,

Pois bate num constante sangramento.

Tão só na rua penso e o ceticismo

Dá azo à morbidez de um platonismo

Com cenas soltas que me causam dores...

Não quero ter a frígida razão,

Mas sonho em ser feliz - Libertação! -

E, assim, voltar a recolher só flores.

Ricardo Camacho

*CONVERSÃO*

Confesso desfrutar de um bem modesto,

Mas já senti de perto a desventura

De não reter a luz de um pobre gesto

Que iluminasse a minha senda escura...

Pregava, num precoce manifesto,

A mágoa dos que falham na procura

De achar, enquanto vive, amor honesto,

De um modo que supere a sepultura...

Cheguei a cogitar a tese triste

Que diz que o amor real sequer existe

E os sonhos foram só delírios meus...

No entanto, como o cego de Damasco,

Ouvi, nas bordas rudes do penhasco,

A voz do filho máximo de Deus!...

Guilherme de Freitas

*DESTINO*

Escrito nas estrelas ou por mim?

Não cabe ao livre arbítrio a diretriz?

Se a vida, vez por outra, faz motim,

refaço a cor do sonho que desfiz…

Recorro, com frequência, ao querubim

que sopra em meu ouvido o que condiz…

(a força de uma prece não tem fim,

e a chance de viver me faz feliz!)

Ao macular os sonhos no caminho,

os pinto de outra cor, os realinho,

juntando ao meu pincel mais outra Mão...

Destino? Delineio, passo a passo,

e, ao avivar a cor de cada traço,

com Deus costuro os sonhos… nunca em vão!

Elvira Drummond

*ALCUNHA DE UM SONHADOR*

A minh'alma vagueia ressentida,

pelos becos da vida, itinerante,

relembrando a paixão agonizante

e o momento da dura despedida.

Nas esquinas do medo, combalida,

paro e penso na dor angustiante,

motivada na ausência de um amante

que feriu e me fez desiludida.

Mas agora do choro me desfaço,

das vulcânicas dores me refaço...

para ter nos abraços, com ardor,

um amor que me cubra de carinho

e o declare, com graça, num versinho

com a alcunha de ser um sonhador.

Aila Brito

*O SONHO*

Meu sonho não se torna um desatino,

pois sigo o sol que vejo no horizonte.

Enquanto, pelo mundo, eu peregrino,

descubro tanto o abismo quanto a ponte.

Procuro, nessa estrada, o meu destino,

sedento e solitário, busco a fonte.

Enquanto o meu caminho não termino,

espero um novo raio que desponte.

Quem sabe, então, virá sem um aviso,

o amor que, no meu sonho, eu acalento?

É dele, na verdade, que eu preciso.

Virá, talvez, trazido pelo vento,

talvez em um atalho, em um sorriso,

o brilho de um olhar de avivamento!

Luciano Dídimo

*O AMOR ESTÁ NAS RIMAS*

Quisera ser, apenas, sorteado

Entre os que encontrarão amor sincero,

Embora sem firmeza, assim, espero

Localizar o bem por mim sonhado.

Enquanto o vento for desnorteado,

Levando-me por onde achar que eu quero,

Permito-me sair do zero a zero

E, finalmente, arder no fogo airado.

Não quero mais vagar desiludido...

Na busca de um amor desconhecido,

Porquanto, muito próximo, ele ria

Das minhas pretensões elocubradas

Nos anos de carências magoadas

Tentando me nutrir da poesia.

José Rodrigues Filho

*VIDA PEREGRINA*

O medo, companheiro de jornada,

aflige o coração de vez em quando,

mas sigo nesta lida caminhando

porque me sobra força na passada.

Se enfrento tempestade ou vento brando,

encontro na constância inabalada,

em todos os momentos, a aliada

e deixo o prélio sob o meu comando.

As curvas podem ser um tanto estranhas

e o breu dos dias um desconhecido

que o brilho do horizonte me fascina.

Acreditar no louro das façanhas

é permanente lema, então, decido

manter o afã, na vida peregrina.

Jerson Brito

FÓRUM DO SONETO
Enviado por FÓRUM DO SONETO em 05/02/2024
Reeditado em 17/02/2024
Código do texto: T7992438
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