Soneto XI
Vento ressoa entre as frestas da janela,
Ligo o abajur para iluminar a escuridão de meu quarto
Encontro-me sozinho, esquecido na poltrona
Estendo a mão e seguro firme sem largar meus segredos
Pereci ao me desvencilhar do passado
Memórias compartilhadas outrora juntas.
Desatina-se chuva em trovões com suas nuvens escuras
As gotas frondosas surgem em turbilhão de emoções.
Se um dia acreditei em algo, perdi a razão.
Se um dia amor vivi, já não sinto mais meu coração.
Se você um dia existiu, nego-me a olvidar.
O mar implacável adentra meu quarto, sem sentido
O vento em forma de furacão assentido
Não tenho outra opção, abro a janela.