Soneto XI

Vento ressoa entre as frestas da janela,

Ligo o abajur para iluminar a escuridão de meu quarto

Encontro-me sozinho, esquecido na poltrona

Estendo a mão e seguro firme sem largar meus segredos

Pereci ao me desvencilhar do passado

Memórias compartilhadas outrora juntas.

Desatina-se chuva em trovões com suas nuvens escuras

As gotas frondosas surgem em turbilhão de emoções.

Se um dia acreditei em algo, perdi a razão.

Se um dia amor vivi, já não sinto mais meu coração.

Se você um dia existiu, nego-me a olvidar.

O mar implacável adentra meu quarto, sem sentido

O vento em forma de furacão assentido

Não tenho outra opção, abro a janela.

Barreto Santos
Enviado por Barreto Santos em 04/02/2024
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