Carnaval da saudade
Hoje somente as cinzas do passado
Vagueiam nas lembranças do presente:
O som do tamborim impertinente,
O velho violão desafinado.
A cuíca que chora, tristemente,
A dor que abateu o cavaquinho.
O Surdo que ensurdece no caminho,
Enquanto o Abre Alas segue em frente.
Hoje o meu Carnaval é diferente:
Ninguém sabe mostrar a dor que sente,
Nem mesmo a cuíca grita, e chora...
O meu bloco calou! Canto sozinho!
O Surdo emudeceu, no meu caminho,
E o velho violão perdeu a hora.