BONANÇA

BONANÇA

Mil sóis brilham depois da tempestade

Em largas poças d’água a encher a rua.

Espelha-se dourada a aurora nua

N’um quadro de ideal tranquilidade.

Como se virginal, toda a cidade

Por entre brumas brancas se insinua.

Amanhece em silêncio e continua

Tudo imerso em intensa claridade.

O aguaceiro que caiu a noite toda

‘Inda escorre nas pedras do caminho

Onde chapinha alegre um passarinho.

Nada aqui me aborrece ou me incomoda.

Outra manhã lavada e reluzente

Fazendo a terra nova novamente

Belo Horizonte - 19 01 2024