Manhã

Na última manhã do servo Abel,

O mar fundiu no pranto a raça humana.

— Rasga mortalha apiedou o céu,

Soltou a morte e a dor fez soberana.

Na última manhã deste fiel,

Bradou no paraíso uma campana

Anunciando a lágrima de fel

Que ainda em nossos olhos tristes mana.

Mas Deus – Divino Ápice de Amor! –

Nos concedeu o Sangue Redentor

Vertido sobre a face do Seu Filho...

Até que o justo Abel ele tocasse,

E a humanidade enfim reencontrasse

Da inaugural manhã o grande brilho!

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 30/01/2024
Código do texto: T7988472
Classificação de conteúdo: seguro