Manhã
Na última manhã do servo Abel,
O mar fundiu no pranto a raça humana.
— Rasga mortalha apiedou o céu,
Soltou a morte e a dor fez soberana.
Na última manhã deste fiel,
Bradou no paraíso uma campana
Anunciando a lágrima de fel
Que ainda em nossos olhos tristes mana.
Mas Deus – Divino Ápice de Amor! –
Nos concedeu o Sangue Redentor
Vertido sobre a face do Seu Filho...
Até que o justo Abel ele tocasse,
E a humanidade enfim reencontrasse
Da inaugural manhã o grande brilho!