...SEM AMAR?

Pela rua, caminhando devagar,

O enterro de quem agora jazia;

Dissera-me alguém que o seguia:

— Morreu rápido; assim, sem penar.

Fiquei intrigado naquele dia:

O que seria "morrer sem penar"?

Será que não é morrer sem amar...

Pensei. Entretanto, como podia?

E, parado sob o sol causticante,

A dúvida persistia, intrigante;

Não sabia como melhor atinar.

Deve ser castigo, não redenção.

Só podia ser essa a explicação:

Ninguém devia morrer sem amar.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 28/01/2024
Reeditado em 22/11/2024
Código do texto: T7986652
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