O ocaso da minha varanda

É fim de tarde, o sol me diz adeus!

Um bando de andorinhas voa raso,

Como quem anuncia o ocaso,

Pros crentes, pros descrentes, pros ateus...

 

Pros céticos Poetas do Parnaso,

Pros Sabiás-laranjeira, pros Sofreus...

Pra mim, para vocês e para os seus...

Pra flor que floresceu fora do vaso.

 

Uma nuvem cinzenta rouba a luz,

Enquanto uma estrela se insinua,

E a luz do sol se esconde, atrás da lua,

Pra finalmente, à noite, fazer jus.

 

Como esconder os versos que compus,

Se, sol a sol, a vida continua?

 

 CANTINHO DO POETA!

Solano Brum

 

Essa varanda, tem dado o que falar...

É nela que o Poeta vive compor;

Nela, ele ouve o canarinho a cantar

Enquanto no horizonte o céu perde a cor!

 

Tem grampos que sustentam a rede;

Um corrimão na escada para o quintal!

Um belo quadro pendurado na parede

E o plástico amarelo feito lindo girassol!

 

Tem dado o que falar essa varanda!

Cantinho do Poeta que ao sol se aquece

Esperando paciente pela inspiração!

 

Ah! Primeira dependência tão sonhada!

Mas, e o quarto? Vê se não se esquece

De falar da cama e do colchão!

 

As vezes, a cabeça no travesseiro,

Vale mais que a varanda e o mundo inteiro!

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/01/2024
Reeditado em 01/02/2024
Código do texto: T7986237
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