O ocaso da minha varanda
É fim de tarde, o sol me diz adeus!
Um bando de andorinhas voa raso,
Como quem anuncia o ocaso,
Pros crentes, pros descrentes, pros ateus...
Pros céticos Poetas do Parnaso,
Pros Sabiás-laranjeira, pros Sofreus...
Pra mim, para vocês e para os seus...
Pra flor que floresceu fora do vaso.
Uma nuvem cinzenta rouba a luz,
Enquanto uma estrela se insinua,
E a luz do sol se esconde, atrás da lua,
Pra finalmente, à noite, fazer jus.
Como esconder os versos que compus,
Se, sol a sol, a vida continua?
CANTINHO DO POETA!
Solano Brum
Essa varanda, tem dado o que falar...
É nela que o Poeta vive compor;
Nela, ele ouve o canarinho a cantar
Enquanto no horizonte o céu perde a cor!
Tem grampos que sustentam a rede;
Um corrimão na escada para o quintal!
Um belo quadro pendurado na parede
E o plástico amarelo feito lindo girassol!
Tem dado o que falar essa varanda!
Cantinho do Poeta que ao sol se aquece
Esperando paciente pela inspiração!
Ah! Primeira dependência tão sonhada!
Mas, e o quarto? Vê se não se esquece
De falar da cama e do colchão!
As vezes, a cabeça no travesseiro,
Vale mais que a varanda e o mundo inteiro!