Alvorecer
O crepúsculo invade a fina pele da tarde,
Buscando penetrar a noite mais escura;
O entardecer avança sem fazer alarde,
Bem devagarinho como quem procura,
Um segredo oculto que o tempo guarde.
Enfim desnuda, súbito, sem sentir paúra,
Ou, outro sentimento, que o seu retarde;
O descortinar de uma manhã futura.
Então a noite sorrateiramente avança...
Vai singrando o tempo pela madrugada;
Peremptoriamente deixará de herança,
O nascer de um dia, na hora esperada.
Então nascerá tal qual uma criança,
Sob o sol nascente da bela alvorada.
Gravatá, 27/01/2024