O agonizante
No chão estirado ele agonizava;
Seu rosto horrivelmente distorcido
Pela dor em que, sem remédio, transido,
O corpo, sob seu jugo, se contorcionava.
A língua fora da boca se pendurava
Qual a de um cão por canícula abatido:
Seus berros, porém, não chegavam a ouvido
(Fosse humano ou divinal) que escutava.
Raramente em meio à vasta multidão
Alguma olhadela alguém lhe dirigia –
Nunca de piedade – só de DIVERSÃO –
E a dor infinda que o pobre-diabo sentia,
Além de qualquer auxílio ou compreensão,
Tão mais intensa em seu âmago doía…