Soneto do amor desmedido
No peito, o amor se faz desmedido,
Transborda em versos, num eterno apelo,
Como o mar que abraça o próprio arrebol,
E em ondas de paixão, se vê perdido.
É fogo que arde, intenso e incontido,
E em cada olhar, revela-se singelo,
Percorre a alma, como um doce zelo,
E planta em nós um sentimento ungido.
Oh, amor! Que ultrapassa o próprio abrigo,
E voa leve, como um passarinho,
Por entre céus de um azul marinho.
Assim, o amor, em seu fulgor sozinho,
Deságua em nós, em gesto compartido,
E eterniza-se em cada desalinho.