A Máscara da Eloquência

Em tempos ávidos, vãos de eloquência farta,

A sociedade abriga o falastrão ardil,

Que em sua lábia há arte, mas pouca prima.

Doce é sua voz, mas sua ação é vil.

Plantar árvores, como encargo celeste,

É labor que aos costados foge esquecido,

Pois muitos, em vã glória, não sabem do teste

De semear virtudes, pelo amor nutrido.

Apenas querem frutos sem a semente,

Ambicionam somente colheitas sem tratos,

Dispostos a fugir da verdade e a mente,

E ações vãs, falazes, são seus atos.

Que exigem amor com orações soltas,

Porém, em seus feitos, consciência oculta.