NUMA CIDADE SEM GATO
Oh, que tristeza voltar ao mundo real,
Pois um simples "bom dia" pode ser assédio.
Namorar sem cantada é um tédio,
Num velho bilhete repousa minha poesia original.
Tanta demagogia e ninguém é de ninguém nesse carnaval,
Apelidos nunca foram bullying no ensino médio,
Pois eles aumentam a resistência e servem de remédio,
No meio da hipocrisia, viajamos no trisal.
Alguns humanos estão no anonimato,
Fora das redes sociais, sendo heróis,
Tirando sarro, jogando dominó, vivendo o barato.
Sem dinheiro para comer, fazem bico ou gato,
Para sobreviver, armam arapucas, lançam anzóis,
Muitos, mesmo sem cachorro, estão no mato.