DOM QUIXOTE (série: um soneto para um livro)

Não são moinhos, seu tolo, são dragões

Por certo os teus olhos enfeitiçados

Não conseguirão avaliar o estado

Belicoso desta nossa missão.

Dulcinéia ansiosa por seu amado

Aguarda para dar-lhe o coração

Puro, e tenho a virtuosa pretensão

De, por grandes feitos, desposá-lo.

Não serão bruxos, dragões ou gigantes

Que me farão declinar de meu intento

Fique de lado, Sancho, irei adiante.

Ai, ai dragões covardes, lazarentos,

Me alçaram e depois, num vôo rasante,

Quebraram-me a pá e o queixo a um só tempo.

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Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 19/01/2024
Reeditado em 21/02/2024
Código do texto: T7980300
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